A WPP anunciou uma queda até 6% nas receitas do segundo trimestre e reviu em baixa as suas previsões de crescimento
A WPP anunciou os seus resultados do primeiro semestre de 2025 e reviu em baixa as perspetivas para o resto do ano fiscal. Num contexto económico desafiante, a empresa reconhece que assistiu a um agravamento do desempenho ao longo do segundo trimestre (Q2), prevendo uma queda de entre 5,5% e 6,0% nas receitas do período.
"Embora esta queda tenha sido influenciada por fatores pontuais, ficou aquém das nossas expectativas", indica a empresa em comunicado. Este decréscimo de receitas, aliado a medidas de redução de pessoal na WPP Media, deverá resultar num lucro operacional principal entre 400 e 425 milhões de libras no primeiro semestre, o que representa uma descida da margem operacional de 280 a 330 pontos base face ao ano anterior.
Previsões revistas em baixa para 2025
A empresa espera agora que a incerteza macroeconómica continue a afetar o investimento por parte dos clientes, ao mesmo tempo que reconhece uma captação de novos negócios mais fraca do que o previsto. Como resultado, WPP reduziu a previsão de crescimento das receitas LFL (like-for-like) excluindo custos transferíveis para uma queda entre -3% e -5% (anteriormente entre 0% e -2%). A margem operacional principal também deverá cair entre 50 e 175 pontos base (quando antes se previa que se mantivesse estável).
Mark Read, CEO da WPP, comentou:
“Desde o início do ano, enfrentámos um ambiente comercial complexo, com crescentes pressões macroeconómicas e uma atividade de novos negócios abaixo do esperado. Embora prevíssemos que o segundo trimestre tivesse um desempenho semelhante ao do primeiro, o mês de junho foi pior do que antecipado, e esperamos que esta tendência continue no segundo semestre do ano.”
Resultados do primeiro semestre de 2025
Receitas LFL no H1 excluindo custos transferíveis: cerca de 5 mil milhões de libras, uma queda entre -4,2% e -4,5%. O Q2 deverá registar uma queda entre -5,5% e -6,0%.
Segmentos e regiões: A América do Norte agravou o seu desempenho trimestre a trimestre e deverá encerrar o semestre com uma queda de um dígito. Outras regiões mantêm-se fracas. As Agências Integradas Globais deverão registar um recuo de dígitos médios, com a WPP Media e a Ogilvy especialmente afetadas pela redução no investimento de clientes e na conquista de novos contratos.
Lucro operacional principal: previsto entre 400 e 425 milhões de libras, com uma margem operacional entre 8,0% e 8,5%, o que representa uma queda interanual de 280 a 330 pontos base.
Reduções de custos: As medidas de despedimento na WPP Media deverão gerar poupanças brutas superiores a 150 milhões de libras anuais, mas a empresa admite que será necessário equilibrar o controlo de custos com o investimento contínuo no negócio.
WPP continua à procura de novo CEO
A WPP continua sem anunciar o sucessor de Mark Read, que deixará oficialmente o cargo a 31 de dezembro de 2025. Fontes do setor indicam que a decisão poderá ser comunicada mais cedo do que o previsto. A empresa já afastou alguns nomes sonantes da indústria, como Matt Brittin (ex-presidente da Google para a EMEA) e David Droga (atualmente na Accenture), ambos apontados como potenciais candidatos, mas que, segundo a Campaign, não estarão envolvidos no processo de seleção.
Em 2018, aquando da saída repentina de Sir Martin Sorrell, a WPP demorou quatro meses e meio a nomear um novo CEO — Mark Read — que, à data, era considerado o principal candidato interno. Em 2025, no entanto, ainda não surgiu um favorito claro.