O IAB Tech Lab e o IAB Europe abrem a consulta pública do TCF v1.1 e estabelecem 28 de fevereiro de 2026 como data limite

O IAB Tech Lab, em coordenação com o IAB Europe, deu mais um passo na modernização do Transparency & Consent Framework (TCF) ao abrir para consulta pública a versão 1.1 das Device Storage Duration & Access Disclosure Specifications, cujo objetivo é aumentar a transparência sobre como e onde os fornecedores armazenam dados, tanto na web como em aplicações móveis.

A consulta estará aberta até 1 de dezembro de 2025 e, após o seu encerramento, a especificação será finalizada em dezembro, com adoção obrigatória a partir de 28 de fevereiro de 2026, data em que todos os vendors deverão ter atualizado o seu ficheiro JSON de disclosure.

A versão 1.1 introduz três novidades principais que visam colmatar lacunas recorrentes em auditorias e revisões de conformidade:

  1. Declaração obrigatória de cookies e outros mecanismos de armazenamento usados para finalidades não abrangidas pelo TCF, como opt-outs globais ou preferências do site. Esta alteração pretende oferecer uma visão completa do rasto técnico deixado por cada fornecedor, mesmo fora da cadeia de consentimento.

  2. Declaração específica do armazenamento associado a Fins Especiais, um ponto anteriormente mal modelado, que agora passa a alinhar o disclosure com a semântica de propósitos e bases legais do quadro.

  3. Obrigatoriedade de declarar os identificadores de pacote (package names) dos SDKs em aplicações móveis, o que aumenta a transparência in-app e facilita aos CMPs e publishers a verificação de que módulos estão efetivamente a ser executados e com que finalidade.

Para os participantes no TCF, o impacto será operacional a curto prazo. As equipas técnicas deverão inventariar cookies, domínios e chaves de armazenamento por vendor e por ambiente, mapear cada item ao respetivo propósito, duração e contexto, e documentar qualquer utilização fora do TCF com a justificação correspondente. Além disso, será necessário registar os package names dos SDKs móveis e as suas variantes por plataforma.
As equipas jurídicas e de privacidade terão de garantir a coerência entre o ficheiro JSON, as políticas públicas e os avisos de privacidade, enquanto os departamentos de dados e AdOps deverão validar, através de QA, que as implementações reais coincidem com o que está declarado — especialmente em cenários de server-side, tag managers ou soluções híbridas.

Segundo o comunicado, a atualização também reforça a auditabilidade do ecossistema. Ao padronizar a forma como são documentados domínios, durações e acessos, os publishers poderão automatizar verificações de consistência entre o conteúdo do ficheiro JSON e a atividade real observada nos seus sites e apps, reduzindo o tempo de diagnóstico em casos de discrepâncias de consentimento ou diferenças entre web e mobile.
Para as CMPs, a identificação clara dos SDKs e a desambiguação dos propósitos facilitarão o desenvolvimento de interfaces mais compreensíveis para o utilizador, diminuindo o risco de erros de categorização. Já para os anunciantes, esta padronização reforça a cadeia de prova necessária em revisões de conformidade e processos de due diligence com parceiros.

O calendário de adoção é claro: até 1 de dezembro de 2025, o documento estará aberto a comentários; em dezembro será publicada a versão final; e até 28 de fevereiro de 2026, todos os vendors deverão disponibilizar o seu JSON atualizado em conformidade com a v1.1.
O IAB Europe e o IAB Tech Lab afirmam que continuarão a comunicar atualizações aos CMPs e vendors através dos seus canais oficiais, e recomendam que todos revejam desde já as políticas do TCF e as especificações técnicas para garantir uma transição fluida — com especial atenção aos usos não TCF, aos Fins Especiais e à declaração correta dos SDKs em ambientes móveis.

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