Assim é o ‘AI Max’, o novo passo da Google Ads rumo a uma automatização mais mensurável

A Google continua a avançar para uma publicidade cada vez mais automatizada, mas agora com uma camada extra de transparência. Com a inclusão oficial do novo tipo de correspondência AI Max nos relatórios de pesquisa, os anunciantes poderão compreender melhor de que forma a inteligência artificial está a influenciar o desempenho das suas campanhas.

Até agora, as campanhas que utilizavam automatização avançada funcionavam, em grande parte, como uma “caixa negra”, dificultando a atribuição de resultados a elementos concretos como palavras-chave, tipos de correspondência ou intenções de pesquisa. Com esta atualização, o AI Max passa a ser uma categoria visível no painel de relatórios, permitindo segmentar métricas-chave como ROAS, CPA, CPC ou receitas geradas especificamente por este sistema.

O que é exatamente o AI Max?

O AI Max faz parte do programa beta de campanhas de Search da Google potenciadas por IA. Este novo tipo de correspondência utiliza uma combinação de tecnologias:

  • Correspondência ampla tradicional

  • Sinais criativos (texto dos anúncios)

  • Conteúdo da landing page

Isto permite-lhe identificar novas consultas relevantes, mesmo que não correspondam diretamente às palavras-chave definidas, aumentando o alcance para além do controlo manual clássico. Esta abordagem procura maximizar a visibilidade e as conversões, mas tem gerado algum ceticismo entre os anunciantes, preocupados com a perda de controlo e possíveis aumentos de custos por cliques pouco relevantes.

Uma evolução para campanhas mais mensuráveis

A inclusão do AI Max como tipo de correspondência nos relatórios não é apenas uma melhoria operacional: representa uma mudança de paradigma. Permite às equipas de marketing de performance analisar com precisão o impacto real da automatização nas suas campanhas, comparar com outros tipos de correspondência (exata, de expressão, ampla) e tomar decisões fundamentadas sobre se devem, ou não, adotar esta funcionalidade em larga escala.

“Finalmente podemos começar a analisar como funciona realmente o AI Max, e compará-lo claramente com outros tipos de correspondência”, afirma Aleksejus Podpruginas, especialista sénior em campanhas de Google Ads, em comunicado.

Por sua vez, Thomas Eccel, responsável global da Google Ads, explica que este nível de transparência é fundamental para gerar confiança entre os anunciantes. “Pode parecer dispendioso no início, especialmente ao fazer a transição de estratégias como Max Clicks ou CPC manual para modelos de licitação por conversão. Mas isso é normal em qualquer mudança de estratégia”, comentava o especialista ao SearchEngineLand.

Implicações para as equipas de marketing

Este avanço melhora a eficiência operacional e estratégica em vários aspetos:

  • Atribuição orçamental mais precisa, com base no desempenho real do AI Max.

  • Otimização de campanhas mais ágil, ao detetar rapidamente quais as consultas geradas por IA e quais as provenientes de palavras-chave tradicionais.

  • Melhor controlo da automatização, sem necessidade de a desativar completamente para recuperar visibilidade.

Além disso, o novo sistema junta-se a uma série de melhorias que a Google tem vindo a implementar para reforçar a confiança no seu ecossistema automatizado, num contexto em que os algoritmos já decidem cada vez mais aspetos do targeting, das licitações e da criatividade.

Embora o AI Max continue, para já, em fase beta, o seu tratamento como tipo de correspondência separado é um passo firme rumo a uma futura integração total. A Google já permite ativar ou desativar esta funcionalidade dentro das campanhas de pesquisa padrão, o que dá flexibilidade às equipas para testar sem comprometer a totalidade da sua estratégia.

Num cenário em que a IA está a transformar radicalmente a forma de fazer publicidade, compreender os seus mecanismos e resultados torna-se essencial. Com esta novidade, a Google começa a responder a uma exigência antiga: que automatizar não signifique operar às cegas. Porque só o que se mede pode ser melhorado.

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