Como os publishers podem monitorizar a sua visibilidade em IA

Com o crescimento da IA, as ferramentas tradicionais de tracking deixaram de ser suficientes. Os publishers precisam agora de soluções analíticas que lhes permitam compreender como, quando e por que motivo o seu conteúdo é mencionado em plataformas de IA. Uma vez que as grandes empresas tecnológicas não partilham estes dados, começam a surgir novas ferramentas de terceiros que recolhem e reportam esse tipo de informação. Estas soluções permitem às marcas avaliar a sua visibilidade na IA da Google, nos AI Overviews e no AI Mode, trazendo maior transparência a uma área que até aqui era largamente opaca.

Novas ferramentas para monitorizar a visibilidade em IA

Existem actualmente várias soluções que permitem a publishers e marcas acompanhar quando os sistemas de IA mencionam ou citam o seu conteúdo. As mais conhecidas são desenvolvidas por empresas de inteligência analítica e marketing, como a Profound, a Semrush e a Similarweb. Estas ferramentas não se limitam a identificar menções: analisam também que prompts as desencadeiam e que temas associados à marca estão a ser pesquisados em ambientes de IA.

Com o objectivo de colmatar a crescente lacuna de dados, empresas como a Forbes estão a criar cohorts de audiência baseadas no tráfego proveniente de plataformas de IA. A Similarweb, que inicialmente apenas monitorizava menções em ferramentas como o ChatGPT, expandiu o seu painel de visibilidade para incluir a Perplexity e os AI Overviews. Já a Semrush está a desenvolver novas ferramentas de atribuição para medir o impacto directo das plataformas de IA no tráfego web.

Ao analisar os seus dados first-party, os publishers conseguem obter uma visão mais precisa da sua visibilidade em IA, identificar os prompts que geram citações do seu conteúdo e aprofundar a compreensão sobre a forma como os utilizadores interagem com a marca no ecossistema de IA.

A origem dos dados, o grande desafio

As plataformas de IA e as grandes tecnológicas, como a Google, não partilham directamente dados de visibilidade, o que torna a recolha e análise desta informação particularmente desafiante para as plataformas de análise. Muitas destas empresas recorrem a APIs de pesquisa que geram milhões de prompts sintéticos por dia, enquanto outras compram dados de cliques recolhidos através de extensões do Chrome.

A Semrush e a Similarweb, por exemplo, agregam dados dos utilizadores e eliminam qualquer informação pessoal, criando conjuntos de dados sintéticos. Ao contrário do SEO tradicional, as ferramentas de IA respondem a prompts abertos, o que torna o tracking de menções mais complexo, uma vez que os utilizadores formulam perguntas de formas muito diversas. Na Semrush, por exemplo, os dados comportamentais são cruzados com temas relevantes para os publishers, permitindo calcular o volume de audiência interessada nesses tópicos.

Como podem os publishers tirar partido destes dados?

Os publishers podem utilizar os dados de visibilidade em IA para compreender melhor o que leva os utilizadores a clicar num link incluído numa resposta gerada por IA e a visitar o seu site. Ainda assim, o tráfego de referência proveniente de plataformas de IA continua a ser reduzido, representando apenas cerca de 1% do tráfego web total. Isto significa que uma elevada visibilidade em IA não se traduz necessariamente num grande volume de cliques.

Apesar dessa limitação, os dados de visibilidade em IA podem ter um valor estratégico significativo. Permitem aos publishers demonstrar a sua influência em determinados temas e perceber de que forma o seu conteúdo é apresentado nos LLMs. Esta informação pode ser utilizada para reforçar propostas junto de anunciantes e ganhar vantagem em negociações de licenciamento de conteúdos com empresas de IA e tecnologia.

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